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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Serra da Estrela
Manteigas - Trilhos Verdes
Para além do manto branco que é habitual apresentar em épocas mais frias, a Serra da Estrela, nas suas múltiplas vertentes, oferece uma diversidade paisagística notável.
A riqueza de fauna e flora, as cambiantes da morfologia entre as encostas que se estendem para além do Maciço Central, são elementos que pela sua raridade e beleza nos convidam, só por si, a conhecer as inúmeras rotas pedestres, algumas também acessíveis a bicicletas."Manteigas Trilhos Verdes" é um sítio onde podemos encontrar informação útil e esclarecedora para percorrer um conjunto apreciável de rotas e demais curiosidades sobre uma região tão vasta e atraente.
Assim, fomos conhecer...
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Caminho Português, 4.º dia, de "Arcade" a Santiago
Pelas Rias Baixas: Puente Sampayo, "Vrea Vella de A Canicouba", Pontevedra.
"Puente Sampaio - Rio Verdugo" |
"Puente Sampaio" |
No “Lar de Pepa”, albergue em que pernoitei depois da extenuante e magnífica jornada de Caminha até Arcade, relatada na Edição 42 da "Passear", mal saí do quarto, abeirei-me do terraço onde contemplei o casario que se estende até à ria de Vigo.
Depois de examinar as nuvens e tentar adivinhar se a chuva me acompanharia na jornada, recolhi ao quarto com o intuito de arrumar os alforges, inspeccionar a bicicleta e, por fim, partir para a derradeira jornada do Caminho Português de Santiago, pela Costa.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Caminho Português pela Costa, 3.º dia, 13 de Setembro de 2014, de Caminha a Arcade
Igreja de Seixas |
Gosto de pensar que tudo correu a preceito e não impedi ninguém de dormir, com incómodo ressonar.
A
jovem israelita foi a primeira a madrugar, e cedo colocou pés ao
"Caminho". Também me despachei, mesmo sem o José Botelho e o Joaquim Tavares, companheiros habituais de anos anteriores, a
atazanarem-me os ouvidos, consegui sair cedo. Era imperioso recuperar quilómetros.
Não podia voltar a preguiçar como no primeiro dia, logo após a saída do Porto.
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Variante a O Porriño
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Caminho Português pela Costa, de Marinhas até Caminha

A descer para o Neiva |
Terça Feira, 16 de Setembro de 2014
Embora a chuva ameaçasse, uma ligeira brisa e a temperatura amena favoreciam o andamento.
O ritual matutino acaba por ser idêntico, variando apenas de lugar para lugar. Preparar a bicicleta, montar os alforges, este ano um pouco mais pesados que o habitual, aprovisionar água quanto baste e demais utilidades necessárias à jornada.
A primeira boa surpresa do dia surgiu próximo do rio Neiva. Um bonito percurso em terra, estreito e sinuoso, percorrido
na companhia de um grupo de Braga, folgados no peso das bicicletas e nos
quilómetros. Boa malta.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Caminho Português de Santiago pela Costa
Ligação Aveiro - Porto, 101 km registados |
De Aveiro ao Porto pela costa.
O desencontro de datas impediu que neste Verão pudesse fazer os Caminhos de Santiago em bicicleta, como tem sido hábito desde 2008, com o Joaquim Tavares e o José Botelho, apenas com um interregno entre 2010 e 2011.
No entanto, não consegui resistir
a uma forte vontade de seguir as setas amarelas, a partir de um qualquer
lugar.
Surgiram duas hipóteses, iniciar
a 27 de Setembro a “Via de la Plata”, a partir de Salamanca, cidade irmã de Coimbra, ou, não querendo rumar para
tão longe ir até à Invicta e conhecer o Caminho da Costa.
Ciclovia da Cortegaça |
No entanto, oficialmente apenas comecei a fazer o Caminho da Costa, a partir do Porto, no dia seguinte.
Rumámos até Aveiro, estacionando o automóvel próximo da estação de caminho de ferro, onde montei a bicicleta, desta vez não me esqueci da
roda em Coimbra!
Senhora da Pedra |
A partir de Aveiro e ao longo da ria, iniciámos um passeio
pelo litoral, pedalando pelas ciclovias existentes e aproveitando para visitar algumas praias: Furadouro,
Cortegaça, Esmoriz, Espinho, Senhora da Pedra, Afurada, Gaia e finalmente o
Porto, sempre "escoltado" pelo João Paulo, com grande inveja de não me poder continuar a acompanhar, por razões profissionais,
Como não tinha reservado
alojamento, pensei que teria de me dirigir o quanto antes à Pousada de Juventude, mas ainda subi à Sé, seguindo as setas amarelas, para carimbar a credencial, e marcar o início oficial do Caminho de Santiago pela Costa.
Gaia/Porto, final do 1.º dia de ligação. |
Na pousada da juventude ainda houve tempo para fazer alguns amigos, das Canárias, do Brasil e da Irlanda. Ter de cozinhar "raviolli" não teve a mesma graça que no ano de 2013, onde preparei massa com atum para a minha pessoa, para o José e para o Quim.
1.º dia no Caminho Português de Santiago pela Costa, a partir do Porto.
Senhor do Padrão ou Senhor da Areia - Matosinhos |
Depressa cheguei a Vila do Conde,
mesmo com imensas paragens para captar algumas fotos, indispensável reabastecimento e entabuar conversa com um ou outro peregrino.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Caminho Português da Costa
Entre Espinho e o Porto |
Antes
de começar a crónica relativa ao meu Caminho Português de Santiago, pela Costa,
o qual iniciei em Aveiro, pedalando na companhia do João Paulo Simões, sempre
ao longo da ria até ao seu final, continuando pela orla marítima, até à cidade
do Porto, após ter saído em 10/09/2014 da cidade de Coimbra, onde adquiri e
carimbei a Credencial no Mosteiro de Santa Clara a Nova, entendi que devia
publicamente expressar o meu reconhecimento ou agradecimento a algumas pessoas
a que abaixo faço referência.
Senhora da Pedra |
Assim, desde o João Paulo, que pedalou comigo os
primeiros 100 km de ligação à Invicta, transportando na sua viatura as
bicicletas de Coimbra até à vizinha e bonita cidade de Aveiro, à Sandra Marina
que me apoiou na decisão de fazer mais um Caminho, quero, neste espaço, referir
igualmente dois verdadeiros amigos, o José de la Riera, pela atenção e
informações prestadas, e, em particular, o Luís Freixo, pela bondade e empenho
generoso, traduzido na preciosa ajuda que me prestou no último dia, na cidade
de Vigo, quero endereçar o meu reconhecido agradecimento.
Compostela |
Uma vez no Porto, a minha intenção foi seguir o
Caminho de Santiago, pela Costa, o que efectivamente sucedeu, a partir do
emblemático local do Castelo do Queijo, na Foz, logo seguido pelo Padrão da
Légua, em Matosinhos.
Primeiro pensei em seguir por La Guardia,
Baiona, Ramalhosa e Vigo, derivando pelo Salnés, mas a leveza de algibeira
orientou-me por Cerveira, Valença e Tui.
Mosteiro de Santa Maria de Oia |
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Caminho Português de Santiago pela Costa
No Caminho Português Interior de Santiago, em 2012 |
Em 2012 retomei os Caminhos de Santiago, o último tinha sido em 2009, logo com o difícil, mas não menos belo Caminho Interior, de Coimbra por Viseu, Lamego, Ourense, até Compostela.
No ano transacto conheci o Caminho Central Português, de Coimbra a Santiago. Hoje vou iniciar a partir do Porto, com ligação de comboio de Coimbra a Aveiro e daqui partindo de bicicleta até à Cidade Invicta, onde darei início ao meu Caminho Português pela Costa.
Ultreia e Suseia
sábado, 30 de agosto de 2014
Caminho Português de Santiago - Coimbra
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Bicicletas, a moda que pegou de estaca.
Texto e Fotografia: António José Soares |
Então, era raríssimo cruzar-me com outros ciclistas a quem saudar com o tradicional "bom dia". Na altura a moda parecia ter pegado e formou-ser um grupo heterogéneo, para "voltinhas domingueiras", que passaram a ser obrigação domingueira.
Contudo o grupo foi-se dissolvendo ao longo do tempo, por razões díspares. No entanto lá fui resistindo, mas vicissitudes várias forçaram a escassa utilização da bicicleta.
2007 foi um ano de viragem, passei a utilizar a bicicleta de forma mais regular, sobretudo nas deslocações para a minha actividade profissional, com novo fôlego, em parte motivado pela conclusão do Caminho Francês de Santiago,o qual percorri ao longo de onze jornadas, até concluir os seus 840 km, na Praça do Obradoiro.
Paulatinamente passei a engrossar o grupo dos "cicloactivistas" que, com a sua persistência, procuram captar e influenciar outros interessados a uma prática lúdica e desportiva, bem salutar. Apenas lamento a fraca utilização da bicicleta de 2010 a 2011, de que me ressenti mais tarde, facto de que me arrependo, sobretudo pelos dias em que não consegui vencer a preguiça.
Por Julho de 2012, então de férias na praia do Carvalhal, na Comporta, comecei a intensificar uma prática que não precisa de argumentos para justificar a sua adopção. Então não me recordo de ter visto algum ciclista por aquelas paragens. No entanto, regressando ao mesmo local, dois anos mais tarde, para um curto período de férias, desta vez em Agosto, foi com agrado que verifiquei o aumento exponencial de utilizadores de bicicleta a circular localmente no acesso às praias, outros de passagem, com alforges nas bicicletas, pedalando ora para norte ora para sul, indiciando voltas mais longas.
Antiga ponte ferroviária da linha do Dão, agora transformada em 50 km de via totalmente ciclável, sem dúvida um projecto de sucesso, com recurso a fundos comunitários. |
Pontualmente vão surgindo também algumas infra-estruturas, com vias ou pistas apelativas à circulação de bicicleta, geralmente por iniciativa de uma ou outra autarquia.
Apenas com determinação, grande desígnio estratégico e séria vontade de fazer obra concertada envolvendo os governos nacional e regionais e autarquias, independentemente da cor política, assim como as empresas de transporte de passageiros, com dimensão nacional e regional, será possível atingir metas que todos desejaríamos.
Ponte da Cal ladeada de ponte metálica pedonal. A edificação de estruturas que facilitem a circulação pedonal e de bicicletas é sempre de enaltecer. |
A CP poderia e devia ter uma acção mais pro-activa, bem como a Carris e os STCP, os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, os Transportes Municipais de Braga, assim como demais serviços de outras cidades, facilitando e incrementando a circulação de bicicletas no material circulante, no caso das empresas de transportes e as autarquias com politicas efectivas e eficazes de incentivo à salutar utilização das duas rodas não motorizadas.
Está também ao nosso alcance participar, apelando e dando sugestões, mobilizando mais interessados, para engrossar cada vez mais o grupo dos "cicloativistas". No entanto é importante assinalar que cabe sobretudo às organizações empresariais e territoriais corresponder à vontade, cada vez mais expressiva e generalizada de uma grande franja da população portuguesa.
Ponte Pedro e Inês, ligando o Parque Verde, implantado nas duas margens do Mondego, em Coimbra, epicentro de uma vasta zona ciclával. |
Termino com um apelo, façamos de Setembro o mês europeu sem carros suplantando o dia ou a semana europeia sem carros.
Por fim, parafraseando o saudoso e excelente jornalista Vítor Santos, se bem que a propósito de um outro tema, atrevo-me a dizer que finalmente a "bicicleta pegou de estaca". Não se trata apenas de uma moda passageira, antes de um modo de vida ou melhor, de uma forma de estar na vida.
Por fim, parafraseando o saudoso e excelente jornalista Vítor Santos, se bem que a propósito de um outro tema, atrevo-me a dizer que finalmente a "bicicleta pegou de estaca". Não se trata apenas de uma moda passageira, antes de um modo de vida ou melhor, de uma forma de estar na vida.
Mobilidade em destaque:
Torres Vedras
San Sebastian
Merecê de excelente aproveitamento de verbas comunitárias, ao abrigo do Programa Civitas, tem uma rede de ciclovias urbanas invejável, exemplo a seguir em toda a Europa. |
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Passear n.º36 - Coimbra e Região - de Montemor à Boa Viagem
Passear n.º36 - Coimbra e Região - de Montemor à Boa Viagem
http://issuu.com/editora_lobodomar/docs/passear36vg/32?e=0/8705650
http://issuu.com/editora_lobodomar/docs/passear36vg/32?e=0/8705650
Castelo de Montemor-o-Velho |
segunda-feira, 21 de julho de 2014
"Do Castelo à Boa Viagem" - III Parte
Vista do Castelo de Montemor-O-Velho, sobre os campos de arroz |
"Do Castelo à Boa Viagem", é a última da trilogia de crónicas em redor do Mondego. Começa em “Monte-mayor”, mais
propriamente do alto do Castelo que domina os campos outrora bem mais alagadiços,
no tempo em que o rio tinha o cognome de “Basófias” e no Inverno transformava
os campos agrícolas num mar de água que rodeavam pequenas ilhas, como a Ereira, de todas a mais fustigada.
As várzeas alagadiças são hoje mais controladas, face às obras que transformaram o rio, retirando sentido um pouco o sentido ao nome.
As várzeas alagadiças são hoje mais controladas, face às obras que transformaram o rio, retirando sentido um pouco o sentido ao nome.
Montemor-o-Velho,
com fortes raízes medievais, com
expoente no Castelo, sem dúvida o seu ex libris, é uma vila com um património
histórico, arquitectónico e cultural bastante rico. A gastronomia é igualmente
uma mais valia, com raízes históricas, sobretudo no que à doçaria conventual
diz respeito. São célebres as espigas-doces que rivalizam com pastéis de
Tentúgal e Queijadas de Pereira.
terça-feira, 17 de junho de 2014
Coimbra e região, Campos do Mondego - Parte I
Na presente edição optámos por ir à descoberta de percursos cicláveis
pelos campos do Mondego, intercalando natureza e história, numa viagem entre
Coimbra e a Figueira da Foz, optando no regresso por recorrer aos comboios da
CP.
Da grande zona ribeirinha que é a
grande planície aluvial, de grande riqueza agrícola, vulgarmente designada por
Campo ou Campos de Coimbra e que compreende parte das sub-regiões de Soure e
Montemor-o-Velho, até ao Mondego encontrar a foz, onde, para norte e para sul,
nasce o pinhal que se desenvolve pelas frondosas matas de Quiaios, de Lavos e
do Urso, e as praias da Figueira e da Tocha, a nossa viagem de hoje irá terminar
na vila de Pereira.
Com o Mondego por referência, o
percurso iniciou-se no Choupal, mata plantada no século XIX para impedir o
contínuo amontoar de areias nos terrenos de cultivo, e estendeu-se na visita ao
Palácio de São Marcos, nas imediações de São Silvestre, bem como pela passagem
pelas vilas de Ançã, Tentúgal e Pereira.
Choupal de São João do Campo |
A Barragem da Aguieira e o
Açude-Ponte de Coimbra, construídos nas décadas de setenta e oitenta do século
passado, retiraram um pouco o sentido ao epíteto de Basófias, por nele correr
pouca água no Verão e transbordar das margens no Inverno. Na baixa coimbrã,
quando o Mondego galgava as margens, o acesso a algumas ruas apenas era
possível de barco.
Voltando ao Choupal, mata de
poetas e doutores, também de amores e desamores, perdido um pouco a sua áurea
romântica do passado, é hoje local predilecto dos conimbricenses para a prática
de desporto, seja a correr, caminhar ou a andar de bicicleta.
Deixando para trás a mata com os
seus trilhos e recantos infindáveis, seguimos beira rio, após poucos quilómetros
percorridos derivamos para o interior dos campos agrícolas até ao Rio Velho ladeado por novo choupal, entre São João do
Campo e São Silvestre, por onde se circula agradavelmente.
Para chegar ao antigo Convento de São Marcos, passamos obrigatoriamente na vila de São Silvestre, de origens
ancestrais, que iniciou contudo o seu desenvolvimento apenas nos finais do
século XV, por influência da proximidade do Convento.
Ao cimo da povoação encontramos um
solar brasonado, de construção setecentista. Remodelações efectuadas no
edifício, no decorrer do século XX, tornaram-no numa sombra do passado,
claramente distorcido, relativamente ao seu carácter original. Mantém-se apenas
a porta da entrada, rasgada por vão de verga curva, com cornija.
Distando umas centenas de metros
da povoação, o Mosteiro de São Marcos é obra de vulto na região, não
encontrando paralelo.
Tendo começado a ser construída
no século XV, da igreja inicial quase nada ficou. As obras iniciaram-se cerca
de 1452, acabando por volta do decénio de 80, sabe-se que foi seu arquitecto
Gil de Sousa, que já construíra o convento de Penha Longa.
Palácio de São Marcos, sobranceiro aos campos |
O Mosteiro de São Marcos, é, sem dúvida, a obra de arquitectura com linhas mais elegantes e de erudição que encontramos nos campos do Mondego.
De São Marcos, é possível
apreciar a deslumbrante paisagem dos campos agrícolas, bordejados por pequenas
colinas, que raramente ultrapassam os 100 metros acima do nível do mar e se
estendem no horizonte.
Os Campos de Coimbra, vista de São Marcos |
Mas Tentúgal tem mais que pastéis e queijadas. O seu conjunto de casario, com sardinheiras encostadas às paredes e um notável conjunto de edifícios dos séculos XVI a XVIII, dão à povoação um carácter de nobreza que se percebe, muito porque as construções modernas pouco desvirtuaram a herança do passado.
As referências mais antigas à
vila de Tentúgal datam da primeira reconquista cristã, nos anos de 954 e 980. O
facto de aqui ter nascido o conde D. Sesnando, primeiro governador de Coimbra
depois da reconquista de 1064, confere-lhe notoriedade. D. Sesnando era, ao
mesmo tempo, senhor de metade da vila, por herança de seus pais, e desempenhou
papel bastante importante na reconquista.
Tentúgal, casa setecentista |
Mas não podíamos deixar Tentúgal resistindo
aos deliciosos pastéis, até porque é importante a reposição de açúcar, assim a
combinação de um pastel com o café foi inevitável.
Encontramos na vila de Pereira um
conjunto de edificações civis e religiosas de assinalável interesse das quais
se destaca a igreja da Misericórdia e a casa do celeiro dos Duques de Aveiro,
mas mais do que casas brasonadas, a gentes da vila orgulham-se de ostentar como
verdadeiro brasão o título de “lavradores”
que davam a si próprios em virtude do seu labor pelo trabalho agrícola e
de pastorícia.
Pereira, igreja da Misericórdia |
Terminamos com uma incursão pelo
Paul de Arzila, irrigado pela Ribeira de Cernache. O Paul está classificado
como Reserva Natural. São muitas as espécies raras, em vias de extinção, que
encontram abrigo neste habitat húmido. Lá se podemos encontrar aves como a garça
vermelha, a garça real, a cegonha branca, entre outras.
O regresso fez-se de comboio, de
Arzila até à estação de Coimbra B, com as bicicletas estacionadas no
compartimento que lhes está adstrito, uma viagem calma, rápida e confortável
nos comboios da CP, facto que deve ser elogiado, lamentando-se apenas que tal
não se verifique nas linhas do Douro e Minho.
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Circular de bicicleta em Coimbra
Em Coimbra muito há a fazer no campo da mobilidade sustentável. A cidade parece continuar divorciada dos seus habitantes que usam ou pretendem utilizar frequentemente as bicicletas.
As vias não são adequadas à circulação conjunta de automóveis, viaturas de transportes públicos e bicicletas, favorecendo a circulação automóvel.
Infelizmente é comum encontrar condutores sem urbanidade e desrespeitadores do código da estrada, agressivos para com os ciclistas.
Uma boa política de mobilidade não passa só e exclusivamente por oferecer bons transportes públicos, ou boas vias para a circulação automóvel e parques de estacionamento. O transporte em meios suaves é essencial para as cidades do futuro.
domingo, 11 de maio de 2014
Coimbra e Região, de bicicleta.
Torres do Mondego - Penacova - Serra da Aveleira - Mata de Vale Canas
O Mondego visto da margem esquerda, próximo das antigas minas de chumbo de Barbadalhos ou do Zorro. |
Em 1987, Nélson Correia Borges, na sua 1ª edição, do volume 6, da colecção dos Novos Guias de Portugal, sob o título “Coimbra e Região”, abre assim a "Introdução Geográfica":
“Região de mil matrizes, a descer do cimo do
Buçaco e da Lousã, até às planuras arenosas da beira-mar, tem de tudo um pouco
para oferecer, desde o mais erudito ao popular. As cidades, vilas e aldeias,
com seus monumentos, ruas e gentes, surpreendem sempre personalizadas e
simultaneamente participantes, da paisagem de sonho, que o poeta pôde sentir de
perfeição celestial:”
Na esteira do que escreveu, cita Miguel Torga,
no Diário VII:
“O mal desta paisagem de Coimbra
é que não tem arestas que o corpo e o espírito precisem de limar. Ambos
deslizam por ela como enguias no lodo. E a longa história do convívio humano
com a suavidade das suas formas é um equívoco dramático. Cuida cada mortal, que
caminha ainda no chão, e passeia já na bem-aventurança.”
A obra de Borges, mais que um guia, é um verdadeiro romance
sobre Coimbra, cidade e região. Motivado pela sua leitura, resolvi avivar a memória sobre estes lugares, percorrendo-os de bicicleta, experimentando alguns destes percursos ainda desconhecidos e embrenhando-me por lugares com história, de diversificada
e bonitas paisagens, em redor de uma cidade e região de encantos e encontros.
O Mondego na Portela, no horizonte as Torres do Mondego |
Passando sob a ponte da antiga linha de caminho-de-ferro da
Lousã, percorridos cerca de 2 km, alcancei as Torres do Mondego, outrora
pertencente a São Pedro de Coimbra e Santo António dos Olivais e hoje sede de
freguesia com o mesmo nome.
Situada no dorso da encosta o casario em presépio estende-se até ao rio, num beijo quase perfeito. Por aqui se encontram excelentes locais de lazer, junto às
margens, principalmente no Verão.
De criação recente, a Praia Fluvial dos Palheiros,
situada na freguesia das Torres do Mondego, conta com excelentes
infra-estruturas de apoio, com bar e outros equipamentos essenciais. Mas o
destaque vai para a excelente qualidade da água a que se associa um
envolvimento paisagístico notável.
Torres do Mondego e o rio, no Penedo do Corvo mítico local que atravessou gerações |
Praia Fluvial da Freguesia de Torres do Mondego |
Para completar o conjunto de lugares da freguesia de Torres,
que convivem com o rio, o Porto Meio, o Casal da Misarela e a Ribeira
proporcionam também boas alternativas para caminhadas ou programas com
bicicletas. O verde domina a paisagem e a simbiose com a água completa um quadro encantador.
Entre a Portela do Mondego e Penacova, torna-se difícil
escolher qual o trecho mais belo do rio, se a Pedra Aguda com os seus recantos se o
Caneiro, onde casario pendurado na encosta vigia o rio que aqui corre mais rápido e estreito.
O Mosteiro de Lorvão |
A igreja do Mosteiro alberga o maior órgão de tubos construído
em Portugal, que longo e competente restauro devolveu ao instrumento o seu som
e o número de tubos iniciais – quatro mil. Mas para falar de Lorvão e do seu
Mosteiro, precisaríamos com certeza muito mais do que as linhas que dispomos
para escrever.
Lorvão, o casario e o Mosteiro |
Saindo de Lorvão podemos seguir subindo para Sernelha, para depois voltar a descer a Penacova, mas o mais lógico e suave é enveredar novamente em direcção à Rebordosa e continuar a serpentear o rio até à ponte. Junto a esta, na Azenha do Rio, pode encontrar-se uma iguaria de que a vila se orgulha de ostentar o estatuto de capital. Falamos da lampreia. Para os que apreciam, a lampreia é aqui confeccionada de forma sublime.
Finalmente Penacova, a Princesa, que do alto vigia o Mondego, tem origens remotas e difíceis de encontrar no tempo. Referências medievais aludem a um castelo que já não existe. A vila pendura-se no alto, sobranceira ao rio, do Penedo de Castro se avista para jusante o vale fértil, que estreita a partir da Ronqueira e Rebordosa. Para montante os fraguedos alcantilados erguem-se entre uma e outra margem, na vertical, em lascas regulares, tal como lombadas de livros, daí o nome “Livraria do Mondego”.
Finalmente Penacova, a Princesa, que do alto vigia o Mondego, tem origens remotas e difíceis de encontrar no tempo. Referências medievais aludem a um castelo que já não existe. A vila pendura-se no alto, sobranceira ao rio, do Penedo de Castro se avista para jusante o vale fértil, que estreita a partir da Ronqueira e Rebordosa. Para montante os fraguedos alcantilados erguem-se entre uma e outra margem, na vertical, em lascas regulares, tal como lombadas de livros, daí o nome “Livraria do Mondego”.
Penacova vista do "Penedo Alto" |
Vista do café Turismo, Penacova, com o Pastel de Lorvão à direita e Nevada, à esquerda, em plano primordial |
Existe em Penacova um conjunto considerável de moinhos de vento, quase todos desactivados da sua função primaz, a moagem. Na Portela da Oliveira, a caminho da serra do Buçaco, existe perto de uma vintena de moinhos, uns recuperados, outros já avaliados pelo IPPAR, em vias de restauro. Destaque para o moinho Vitorino Nemésio e ainda para o Museu do Moinho.
Moinhos de Gavinhos, Penacova |
Na vertente oposta, a caminho da Serra da Aveleira,
encontramos em Gavinhos outro conjunto considerável de moinhos. É pena não ser
possível observar a sua principal beleza, que consiste sobretudo nas velas
presas aos varais. O santuário mariano aqui construído aparece um pouco desfasado
da paisagem.
Continuando para Coimbra, após a passar Figueira de Lorvão,
Granja e Paradela, antes de entrar na Aveleira, encontramos o mais pequeno e
ultimo conjunto de moinhos.
Vista da Serra da Aveleira |
Mata Nacional de Vale de Canas - Torres do Mondego |
Para terminar, na descida do Picoto dos Barbados ao Tovins, tempo ainda para nos determos sobre Coimbra e
observar o pôr do sol a pintar a paisagem urbana, em conjunto com o
aparecimento tímido de algumas luzes, a adivinhar a noite.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
sábado, 12 de abril de 2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
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