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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Caminho Português pela Costa, de Marinhas até Caminha








A descer para o Neiva

Terça Feira, 16 de Setembro de 2014

Embora a chuva ameaçasse, uma ligeira brisa e a temperatura amena favoreciam o andamento.
O ritual matutino acaba por ser idêntico, variando apenas de lugar para lugar. Preparar a bicicleta, montar os alforges, este ano um pouco mais pesados que o habitual, aprovisionar água quanto baste e demais utilidades necessárias à jornada.
A primeira boa surpresa do dia surgiu próximo do rio Neiva.  Um bonito percurso em terra, estreito e sinuoso, percorrido na companhia de um grupo de Braga, folgados no peso das bicicletas e nos quilómetros. Boa malta.








domingo, 29 de setembro de 2013

Pontevedra a Santiago de Compostela, 75 km.

03 de Agosto de 2012, 5.º dia.


Albergue de Pontevedra
Primeiro Sábado de Agosto,  acordámos para a derradeira jornada do Caminho, após cumpridas as exigências indispensáveis deixámos o albergue de Pontevedra, procurando local para tomar o pequeno-almoço. 

Bem no centro da cidade, próximo da ria, encontrámos finalmente uma cafetaria onde os clientes eram maioritariamente peregrinos. Ao balcão, um "borracho" bebia uma cerveja, ao mesmo tempo que tirava do sério o proprietário do estabelecimento.


Pontevedra despertava timidamente, apenas nas proximidades do mercado municipal era visível alguma agitação matinal. Alguns "borrachos" ainda deambulavam pelas ruas. Mas o destaque ia, sem dúvida, para a quantidade de peregrinos, de todas as idades e nacionalidades, que faziam o Caminho Português.

Pontevedra - Início da 5.ª Jornada

Os primeiros quilómetros, após Pontevedra, sempre na companhia de muitos peregrinos, no Caminho ninguém está só, mesmo os que, por qualquer motivo, pretendam percorrê-lo nessa condição.


Junto à igreja de Santa María de Alba
Continuámos na companhia de muitos peregrinos, junto à igreja de Santa Maria de Alba estive à conversa com peregrinos provenientes de Cádis, ainda perguntei se conheciam Camilo, um amigo que fez comigo o Caminho Francês em 2007, embora as probabilidades fossem muito poucas.

Por  Caldas de ReisValga 

A beleza do percurso estampa-se nas imagens que apresento, mas é difícil descrever o sentimento que interiorizamos.
A aproximação a Santiago é um estado antagónico, por um lado queremos chegar depressa, por outro apetece continuar no Caminho.


A imagem que se repete todos os anos na Praça do Obradoiro, por muito idêntica que possa parecer, encontra sempre particularidades diferentes, o sentimento é sempre novo.

Praça do Obradoiro 


Finalmente a chegada a Santiago de Compostela, pelas 16:16, estava feito o meu Caminho Português,  a via mais percorrida, entre Coimbra a Santiago estava por fim concluída. Agora, sempre que passe em Tui não preciso de me lamentar de ainda não ter feito o Caminho Português, como acontecia anteriormente.
Após a conclusão do Caminho Português de Santiago, em 2012 pelo interior, e agora o Caminho Central, a vontade e a determinação de continuar a pedalar em direcção a Compostela mantém-se, quiçá ainda mais acesa. O sonho de repetir o Caminho Francês está latente, assim existam condições para o tornar uma realidade. Porém, enquanto tal não acontece, há que pensar em fazer outros Caminhos mais acessíveis...

Fotos do 5.º dia


sábado, 28 de setembro de 2013

Crónica do 4.º dia do Caminho Português, entre Rubiães e Pontevedra

Rubiães, 02 de Agosto de 2013.

 A noite foi atribulada, um peregrino de nacionalidade alemã passou mal, pelo que foi necessário chamar por socorro médico. Na altura não percebemos bem o que se estava a passar, pensei, inclusive, que seriam os primeiros peregrinos a sair do albergue. O Aguiar continuou sempre ferrado que nem uma pedra, não deu por nada. Finalmente uma noite sem que se tivesse dado  por ele. 
Primeiras horas do Caminho, após saída do albergue de Rubiães

Este dia iria ser diferente dos anteriores, saímos do albergue, pelas 07:56,  à medida que se progredia no Caminho, encontrávamos cada vez mais peregrinos. O pequeno almoço foi tomado em Rubiães, onde contámos com a simpatia  e boa disposição do proprietário.

Na véspera, apesar de termos chegado tarde ainda convivemos um pouco com alguns peregrinos espanhóis, fiquei também a saber pela Olívia, de Viana do Castelo, que as melhores Bolas de Berlim são as do Manel e não do Zé, estou a referir-me ao Natário, que tem as melhores Bolas de Berlim do Mundo.

Após o pequeno almoço aproveitei para trocar contactos com o Vítor Matos, de Coimbra, que fazia a peregrinação na companhia de um espanhol de Saragoça e de uma rapariga de Valência.

A jornada que marcou a entrada do Caminho Português por terras da Galiza,  foi caracterizada pelas frequentes paragens, ora para trocar dois dedos de prosa com os peregrinos, ora para as indispensáveis fotos, ou para reabastecimento.

Continuámos a cruzarmos-nos com os peregrinos que viajavam quer em grupos quer individualmente e a transmitir a habitual saudação de Bom Caminho. Pouco depois, já em São Bento da Porta Aberta, continuámos por terreno montanhoso, em direcção a Gontomil, altura em que parei para uma foto de conjunto com cerca de  40 a 50 peregrinos americanos, certamente ainda mais inspirados pelo filme The Way, com Martin Sheen no principal papel.

Depois do divertido encontro com o numeroso grupo de peregrinos americanos, com quem troquei a captação de imagens, foi a vez de reencontrar a Olívia de Viana do Castelo e as suas colegas de Valência, nova troca de contactos e depois de alguns dedos de conversa, lá voltámos a pedalar.
Valença e Tui
A entrada em Valença foi acompanhada por chuva ligeira, que entretanto desapareceu. Como os primeiros quilómetros foram lentos, tratámos de nos fornecer logo no primeiro supermercado, para uma refeição à base de sandes e fruta.

Subimos à Fortaleza, onde é sempre agradável a vista sobre o Minho bem como para o outro lado da fronteira. Depois de algumas fotos prosseguimos descendo da Fortaleza em direcção ao antigo posto fronteiriço.

Antiga ponte do rio Minho
Enquanto atravessava a velha ponte, não resisti a tirar algumas fotos. Estava entusiasmado, tantas foram as vezes que por ali andei, sempre com o mesmo pensamento, tenho que fazer um dia o Caminho Português. 

Em boa verdade, tinha planeado fazê-lo em 2008, mas ainda bem que decidi nesse ano acompanhar o Joaquim Tavares e o José Botelho, naquele que foi um belo fim de semana alargado, e que já dei conta na Página acima indicada, com o título Finisterra, foi igualmente uma magnífica aventura, se assim se pode chamar. 

A entrada em Tui pelo Caminho Português tinha que ser assinalada, precisamente junto ao primeiro marco que encontrámos em território galego, lá tirámos a foto de conjunto.

Prosseguimos pelo vale do rio Minho até encontrar a Ponte da Veiga, antes desta ponte medieval virámos à esquerda, seguindo num passeio agradável por frondosos  bosques.

Monumento ao peregrino, ao fundo a Ponte de Veiga

Continuámos a seguir as as setas e detivemos-nos na histórica Ponte das Febres ou de São Telmo, onde é visível uma placa com os seguintes dizeres Aquí enfermó de muerte São Telmo, en abril de 1246. Pídele que hable con Dios en favor tuyo. São Telmo, bispo patrono de Tuy e de Frómista, faleceu neste local quando se dirigia em peregrinação a Compostela.


Ponte das Febres ou de São Telmo

Seguimos pelos bosques até A Madalena, continuámos alcançando outra ponte medieval, a Puente de Orbenlle sobre o rio Louro. Atravessamos a ponte e iniciamos uma ligeira subida até chegar ao Polígono Industrial das Gándaras.

As sucessivas paragens que o Caminho impõe, traduzem-se numa velocidade média mais baixa, assim, nalgumas ocasiões temos que compensar o tempo gasto, para não desvirtuar o plano traçado.
Puente de Orbenlle
A travessia do Polígono Industrial do Porriño foi efectuada debaixo de um sol forte, e com a maior velocidade que as pernas permitiam, dado tratar-se de uma zona pouco agradável, muito exposta e movimentada, sem dúvida o ponto negro do Caminho Português, na Galiza, finalmente, depois de um esticão mais forte, para passar o quanto antes a zona industrial, chegámos a Porriño.
Porriño
Prosseguimos pela estrada que liga Porriño a Redondela, abandonando-a um pouco à frente, na direcção de Amieiro Longo.
Apesar de o dia ter começado cinzento e até com alguma chuva em Valença, a tarde estava com um sol forte. Assim, em Mos, parámos para beber uma bebida refrescante junto ao Palácio e à igreja barroca de Santa Eulalia.

Duas peregrinas a iniciar a subida da rua dos Cabaleiros

A acompanhar as bebidas, foram-nos gentilmente oferecidas umas porções de empanada Galega. Posso dizer que vieram mesmo a calhar, o corpo precisava de algum combustível para iniciar, desde Mos a subida de um dos lugares mais simbólicos do Caminho Português, a ingreme subida da Rúa dos Cabaleiros.

A subida da Rua dos Cabaleiros, Mos

Após a difícil subida até ao alto do Inxertado, aqui penso termos recebido a justa recompensa, pela dupla e agradável paisagem verde, dos bosques e dos terrenos sempre muito bem cultivados. 

A Galiza faz bem ao corpo e à alma, a agradável sensação de percorrer terras galegas é indescritível, mas seguramente absorvida por todos quantos trilham estes caminhos.  

Inicio da meseta de Chan de Pipas pela via Romana

O Caminho segue a Via Romana, assinalada pelo miliário de Vilar de Infesta, atravessando a meseta de Chan das Pipas.

Após a planura de Chan de Pipas, descemos pelo Caminho que envereda pela N550. e depressa chegámos a Redondela, numa altura em que começou a rarear o encontro com os demais peregrinos, a esta hora, muitos já se encontrariam instalados nos albergues. Mas não podíamos pensar ainda em encostar as bicicletas, para nós a jornada teria que terminar em Pontevedra.


Próximo de Redondela

Em Redondela efectuámos uma paragem junto ao albergue, situado num edifício histórico do século XVI, conhecido como Casa da Torre, que se destaca pela sua arquitectura e pelo seu uso prático e cultural. 

Albergue da Casa da Torre, Redondela

Ao sair de Redondela comecei a acusar alguma fadiga, um pouco motivada pelo ritmo inconstante e a necessidade de uma refeição, ainda que ligeira, do que pelo acumular de quilómetros  realizados. 

Passada a ponte do caminho de ferro, segundo informações concelhias, da autoria de Eiffel, o Caminho sobe, rodeado por uma zona arborizada, atingido o cume, iniciámos a descida,  interrompida para observar e fotografar a Ría de Vigo e a ilha de San Simón.
Ria de Vigo e a ilha de San Simón

Encontrámos de novo a N550, que percorremos, entrando em Arcade, capital das ostras na Galiza. Bem que nos apetecia forrar aqui o estômago, mas era importante chegar, ainda dia, a Pontevedra, assim decidimos que o melhor era mesmo tratar do assunto em Pontevedra, já com banho tomado.
Ponte medieval em Pontesampaio

Seguia o Aguiar na frente, secundado pelo Joaquim e ainda pensava na paella que ficou para trás, quando vejo um automóvel sair de uma curva que antecede a histórica Ponte Sampaio, a toda a velocidade e quase desgovernado. Não sei se foi Santiago, mas por pouco o enorme susto não tinha virado em tragédia.
Pontesampaio

Passada a histórica ponte sobre as águas do rio Verdugo, entrámos em Pontesampaio. Seguimos um dos troços mais bonitos do Caminho Português, na Galiza, a Vrea Vella da Canicoubar, subimos o antigo caminho empedrado até à encruzilhada para Nuestra Señora de Amil, frequentado desde as épocas mais remotas e onde são visíveis marcas das rodas dos carros, sulcadas nas velhas lousas.
Vrea Vella da Canicoubar

Continuámos em direcção a Pontevedra, descendo o Caminho, rodeados por pinheiros, até aos 
vales de Alcouce e Boullosa. A paisagem modifica-se à medida que progredimos, chegando finalmente ao albergue de Pontevedra.
Velha calçada romana
Seguiram-se os afazeres normais até ficarmos instalados, e, após o duche, arriscámos sair do albergue para jantar no centro da cidade.
A descer para Pontevedra
A partir daqui aconteceu um pouco de tudo, o jantar que coube melhor em sorte ao Joaquim e ao Aguiar, com um aperitivo de deliciosos mexilhões, chuva no regresso, albergue fechado, a termos que passar as bicicletas por cima do gradeamento, e, quando pensámos que o pior tinha passado, as portas do albergue estavam fechadas.

Foi uma sorte umas portuguesas de Braga terem ouvido a minha chamada,  sorte porque uma delas reconheceu a minha voz, de termos estado a tagarelar antes da saída para o jantar.

Mas não foi tudo, de tanta pressa que estava, tinha esquecido carteira com dinheiro, máquina fotográfica , tudo, no pátio do albergue. Não fora uma malta de Braga que também estava a fazer o caminho de bici e estava feito. 


Um bom jantar na Galiza , dá sempre para ficar alegre
Percorremos na jornada 76 km, chegámos a Pontevedra por volta das 20:00, um pouco exaustos e a necessitar de um bom duche, como de água para beber.