quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Serra da Estrela: Rota das Levadas

Do Covão do Forno aos Cornos do Diabo


Percurso linear, com início na Lagoa Comprida e a terminar na Quinta do Crestelo - Seia, extensão de 44,02 km. Piso misto de asfalto e terra. Pontos de passagem: Albufeira do Covão do Forno, Albufeira do Lagoacho, Vale do Rossim, Albufeira do Vale do Rossim, Sabugueiro, Senhora do Desterro e Lapa dos Dinheiros.












Lagoa Comprida
Um mês e quatro dias após o percurso das lagoas, que teve início no Vale Glaciar, nova jornada pela Serra da Estrela, desta vez com alteração no elenco dos protagonistas, desta vez com o Joparesi preencher o lugar do Katu.

Joparesi, geógrafo, que habitualmente costuma delinear os trajectos que habitualmente percorremos, ia-se corroendo a corrigir exames enquanto nos passeávamos pelos caminhos da serra por vales e lagoas. Ora, como o bichinho continuou a corroer, não tardou que que não fizéssemos nova incursão pela serra.






Assim na manhã do dia 15 de Junho de 2019, que por sinal se apresentava bem fresca, especialmente junto à albufeira da Lagoa Comprida, onde algumas cortinas de neblina se escapavam para a atmosfera, iniciámos um percurso procurando levadas e lagoas, agora com o Joparesi integrado no elenco dos protagonistas.

A primeira parte do percurso, da Lagoa Comprida ao Vale do Rossim, via levada do Covão do Forno e levada da Barragem do Lagoacho, foi uma reedição de um troço do percurso, percorrido em 11 de Maio, ficando o Joparesi com o encargo de traçar a rota a ligar Vale do Rossim e a Lapa dos Dinheiros.





Descida ao Sabugueiro

Assim, percorridas as levadas do Covão do Forno e a Levada da Albufeira do Lagoacho, e prosseguimos pelo estradão que liga esta última albufeira à do Vale do Rossim, continuando para Norte, onde seguimos pelo estradão de terra que nos conduziria até ao Sabugueiro, curiosamente por parte do trajecto da Rota das Aldeias Históricas, assinalado como GR22.



O trajecto de início bastante rápido, embora com pouca aderência, foi-se tornando progressivamente mais duro, com algumas lombas de drenagem a atravessar a via, e tornando-se mais sinuoso na parte final, com imensa pedra solta e algumas lajes em granito a exigir perícia e atenção face à perigosidade, sobretudo pelas dificuldades na aderência.

Sabugueiro

E porque estava na altura do reabastecimento, o indispensável pão com queijo e presunto de primeiríssima qualidade não se fez esperar. A registar fica a constatação da excelência, relativamente ao queijo que nos foi servido, indubitavelmente superior ao que há um mês atrás tinha consumido na Torre, embora esse também tenha sido muito bom.





Rio Alva - Sabugueiro
Após a paragem reiniciámos o percurso em direcção ao rio Alva, seguindo pela sua margem direita durante uma duas centenas de metros, até atravessar para a margem oposta, subindo por um trilho pela encosta até ir ao encontro de um estradão que nos conduziria à levada paralela ao rio.

A rolar em bom ritmo em direcção ao Museu da Electricidade, localizado na Senhora do Desterro, apenas havia que apreciar a excelência do enquadramento paisagístico, o ambiente natural que nos presenteava com um ar puro inimaginável e tagarelar descontraidamente, porque não, também faz bem.


Levada -  Rio Alva
A levada termina junto à estrada municipal 513, com a câmara de carga localizada no topo da
encosta. Prosseguimos por esta estrada na direcção da Senhora do Desterro e do Museu da Electricidade, aqui localizado. 

Depois de uma visita ao exterior da antiga central eléctrica, agora transformada em museu, seguimos em direcção a um zona balnear, nas margens do rio Alva, envolvido pela Mata do Desterro a qual se pode usufruir para o exercício de um simples piquenique ou de um salutar passeio.


Rio Alva - Senhora do Desterro
Da Senhora do Desterro pedalámos por um trilho fantástico, paralelo à  levada que segue até  ao enorme rochedo dos "Cornos do Diabo", que transporta a água da ribeira da Caniça, a partir da represa aqui construída, e levada até à Câmara de Carga Ponte Jugais.
A represa permite a formação de uma piscina de água límpida e cristalina,  imponentemente vigiada pelo enorme "Diabo" de pedra que a erosão dotou de dois harmoniosos chifres e que sabiamente foi baptizado de “Cornos do Diabo”.



Levada da ribeira da Caniça
Percorrer a levada, para além de um exercício de perícia sobre a bicicleta, foi uma forma brutal e entusiasmante de poder apreciar a panorâmica de um vale encantador que merece ser visitado e revisitado. 

No regresso dos "Cornos do Diabo", após percorrer parte da levada, descemos da bicicleta para rumar, descendo na direcção da ribeira da Caniça e da praia fluvial, por um caminho ancestral, que a descer ou a subir necessita de empenho e permanente atenção, face às inúmeras pedras e enormes lajes em granito e à fraca aderência. 

"Cornos do Diabo"

No rio da Caniça encontramos um local paradisíaco, dotado de infraestruturas que permitem o seu pleno aproveitamento em zona de lazer fluvial, com condições ímpares, mesmo ali ao lado da aldeia serrana da Lapa dos Dinheiros, que lhe dá o nome. 


Lapa dos Dinheiros
A Lapa dos Dinheiros marca praticamente o términus do trajecto, uma vez que até o percurso até à Quinta do Crestelo, em Seia, acaba por ser um troço de ligação ao final. Houve no entanto ainda lugar a uma incursão Central Hidroeléctrica Ponte Jugais, na confluência da ribeira da Caniça com o rio Alva e para usufruir de uma boa parte do percurso por uma levada, a partir da central, junto ao ribeira da Caniça, que terminou junto à estrada municipal 231, pela qual prosseguimos até São Romão, para terminar na Quinta do Crestelo, em Seia.

Vídeo: De Bike pela Serra da Estrela

https://youtu.be/VTXDKp1SNi0

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