sábado, 7 de fevereiro de 2015

Serra da Estrela

Manteigas - Trilhos Verdes

Para além do manto branco que é habitual apresentar em épocas mais frias, a Serra da Estrela, nas suas múltiplas vertentes, oferece uma diversidade paisagística notável.
A riqueza de fauna e flora, as cambiantes da morfologia entre as encostas que se estendem para além do Maciço Central, são elementos que pela sua raridade e beleza nos convidam, só por si, a conhecer as inúmeras rotas pedestres, algumas também acessíveis a bicicletas.

"Manteigas Trilhos Verdes" é um sítio onde podemos encontrar informação útil e esclarecedora para percorrer um conjunto apreciável de rotas e demais curiosidades sobre uma região tão vasta e atraente.   
Assim, fomos conhecer... 




Cores de Outono na Rota das Faias

Bem a propósito, a Ana Cristina e o Joaquim Tavares, dois filhos de Manteigas a residir em Coimbra, amigos das pedaladas por mais que uma vez efectuaram o convite a conhecer melhor a Serra, estendido igualmente aos amigos José Botelho e Telmo Pedrosa. 
Deste modo, no dia 1 de Novembro de 2014, Sábado, o grupo de conimbricenses ruma à Serra da Estrela, onde nos aguardava o Joaquim Tavares e o sobrinho, Francisco Moreira, jovem nado e criado em Manteigas, que nos guiaria num excelente passeio de bicicleta, aproveitado para uma jornada de fotografia, captando as cores de Outono, numa das vertentes da Serra da Estrela virada a Manteigas, a Rota das Faias. Mais do que caracterizar ou dar a conhecer um trilho, o nosso objectivo foi usufruir, dos cheiros da montanha, da beleza da paisagem, enfim, do simples prazer da observação da natureza e, não menos importante, do convívio.  
A viagem de Coimbra, no automóvel do Telmo Pedrosa decorreu sem problemas, apenas com duas paragens para instantes fotográficos. Na descida para Manteigas saímos da EN 232, no cruzamento para o Covão da Ponte após estacionada a viatura junto à Cruz das Jugadas, iniciámos os preparativos para a jornada.

O Francisco Moreira guiou-nos pela "Rota das Faias  vegetação abundante e diversificada, paisagens fulgurantes, em conjunto com a pastorícia, proporcionam um passeio perfeito para quem deseja conhecer a serra e as suas gentes.

Ainda mal tínhamos começado e logo a primeira boa surpresa, nada mais que uma paragem forçada pelo rebanho do Tó "Querido", mediático pastor da Serra da Estrela, personagem simpática e peculiar. A conversa ainda durou alguns minutos mediante olhar atento do seu jovem e afável canzarrão.


Na companhia de tão afável amigo, aproveitámos para a fotografia de grupo, captada pelo nosso jovem  guia.

Dirigimo-nos para a Capela de São Lourenço, lugar de culto de reminiscências pagãs, relacionadas com a adoração das árvores e do Sol.


São Lourenço, a uma altitude de cerca de 1200m, oferece-nos uma perspectiva magnânima sobre as serras que se estendem até Espanha. Em primeiro plano surge a cumeada da Lomba das Cancelas, que limita a Beira Alta da Beira Baixa, e o Cabeço da Azinheira.

Majestosos e ancestrais carvalhos rodeiam a Capela de São  Lourenço, a profusão de cores originada pelas folhas caídas brindam-nos com uma tela sublime.

Após a captação de uma bateria de imagens, onde os recantos de São Lourenço foram esquadrinhados  quase minuciosamente, descemos até ao posto de vigia, para podermos apreciar a magnificência do vale glaciar, a vista sobre Manteigas, bem como o bosque das faias.

Posto de vigia de incêndios de São Lourenço, local de importância estratégica. 

Olhar sobre a vila de Manteigas, o Outono, tímido, ainda não oferecia as cores que procurávamos

À entrada do bosque das Faias a predominância de folhas caídas a criar o contraste entre o castanho e o verde da copa das árvores, com este ainda a prevalecer. Um verdadeiro regimento de fotógrafos, de fina água, aprontavam as máquinas, agora todos os pormenores contam.

 A densa floresta de faias, plantada pelos Serviços Florestais de Manteigas no início do século XX, dá o nome à rota, identificada com o número  PR 13 MTG. O cenário é sublime, o gosto de caminhar ou pedalar por este trilho é verdadeiramente incrível.

Deixando para trás o bosque das faias, o trilho continua rodeado por outras espécies arbóreas características do local, como giestas, castanheiros e pinheiros-do-Oregon. Na imagem, ainda que pouco perceptível, é possível ver entre a vegetação o Joaquim Tavares e o José Botelho.


Concluído o passeio pela Rota das Faias regressámos à Cruz das Jugadas.  O tempo ainda permitiu uma incursão pelo vale até ao Covão da Ponte, por uma estrada de terra, entre terrenos agrícolas e de pastorícia. O local é paradisíaco, com o rio Mondego a espelhar as núvens, reproduzindo aguarelas de tonalidades fantásticas e variadas. O recanto merece indubitavelmente uma visita mais pormenorizada, para desfrutar em época mais amena.
Subindo por uma estrada em asfalto, de regresso à Cruz das Jugadas, seguiu-se uma incrível e veloz descida, pela EN 232, até Manteigas.
Aqui chegados, conhecemos a hospitalidade e a arte de bem receber dos nossos anfitriões, que nos brindaram com uma excelente e saborosa refeição, a que não podia faltar o gostoso queijo e os famosos biscoitos de Manteigas. Uma deliciosa jornada, sem dúvida. 


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Imagens do Covão da Ponte





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