01 de Agosto, Quarta Feira. Almargem - Penude.
Segundo dia do Caminho Português, era nossa intenção sair de Almargem mal o sol raiasse, contudo como se previa um inicio de etapa bastante duro, por caminhos florestais, aguardámos pelas 08 horas, a fim de tomar o pequeno almoço no único estabelecimento da aldeia.
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De Almargem até Cabrum |
Logo nos primeiros quilómetros, por caminhos florestais, iniciámos uma forte subida, secundada por uma zona mais suave, até chegarmos à aldeia abandonada de Cabrum.
Pouco depois aconteceria um contratempo, fruto da minha imprudência, ao avaliar mal os obstáculos num riacho que tentei passar na bicicleta, e, quando já parecia parecia que o tinha transposto, violenta queda projectou-me sobre a sua beira, que se estendia sobre a vertente da encosta, quase inviabilizando ali o objectivo de chegar a Santiago de Compostela. Resultado, forte hematoma contraído na coxa esquerda.
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Riacho situado próximo da aldeia de Cabrum |
Continuámos a subir até à cota máxima da Serra de Montemuro, prosseguimos descendo em direcção a Mões, onde almoçámos.
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Marco geodésico na Serra de Montemuro |
Não gosto muito de salientar aspectos negativos, mas tenho que lamentar em particular, a forma arrogante e pouco profissional como fomos atendidos pela proprietária de um restaurante em Mões, talvez a julgar pelo nosso aspecto?! Em primeiro lugar com vontade com pouca vontade de nos atender de pois com uma série de pequenos episódios que não cabe relatar, chegando ao ponto de tentar impedir a pobre empregada de me dar um saco com gelo.
Mas também faz parte, como na Idade Média era uma prática corrente assaltar e maltratar peregrinos, pode ser que a Senhora que nos atendeu, para recrear um espírito mais ancestral, encene estas atitudes, para recrear um espírito mais medieval...
Depois do almoço, nunca um prego no prato nos saiu a um preço tão elevado ... e duro, estava um dia óptimo, mas para estar a uma sombrinha, prosseguimos para Lamego.
O enorme hematoma na coxa esquerda ainda atrapalhou mais a minha insuficiente condição física, relativamente aos meus amigos, neste caso até serviu como desculpa para o meu andamento mais reduzido.
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Descendo de Montemuro até ao Rio Paiva |
Foi neste contexto que funcionou como um bálsamo a vertiginosa descida até ao rio Paiva, o qual atravessei com a água a dar pelos joelhos e muita pedra a atrapalhar, foi no entanto um momento refrescante e agradável.
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A travessia do Rio Paiva |
Depois de Mões tinha pedido aos meus amigos para saírem na frente, contudo, problemas nos travões obrigaram o Aguiar a seguir primeiro para Castro Daire, e de seguida para Lamego, pela N2, para tentar a resolução do problema, que afinal apenas dependia de uma pequena limpeza dos discos!
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Momento de conversa, na subida para Mesio |
Mas as descidas são efémeras, e assim estava-nos reservada uma arrasadora subida até ao Alto do Mesio. O Quim continuou na minha frente pelo traçado do caminho, que encontrou, que enveredou, na parte final, pela N2. Antes de chegar ao Alto, aproveitei para um lanche/jantar, fundamental na melhoria do meu desempenho, nos últimos quilómetros. Mesmo a subir, ainda que com a ajuda do vento, rolei a uma velocidade média de 22 km/h, para minha total surpresa.
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Alto do Mesio |
O acidentado do percurso neste segundo dia foi verdadeiramente desgastante, à chegada a Penude, as minhas pernas pareciam dois pilaretes de betão, tal era a sua rigidez muscular.
O Joaquim e o Aguiar chegaram a Lamego com uma hora e pico de vantagem, o que lhes permitiu dispor de tempo para um jantar descansado. Enquanto aguardava a vinda dos dois, aproveitei para colocar gelo na coxa, a fim de debelar o hematoma fruto da imprudência.
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