quarta-feira, 10 de julho de 2013

As bicicletas e a mobilidade em Coimbra


Em Coimbra, bicicleta é termo desconhecido para os responsáveis locais. A cidade que muito poderia beneficiar em termos de mobilidade com a utilização da bicicleta em complemento ao transporte público urbano, está repleta de armadilhas para ciclistas e peões e despreza ostensivamente este meio de transporte não poluente e saudável. Os responsáveis da nossa Praça estão mais interessados em aparecer nos media do que em pensar soluções ecológicas e práticas no que à mobilidade diz respeito.
De acordo com as últimas notícias dadas à estampa na imprensa local, os estudiosos e especialistas em transportes, encarregados de pensar e propor uma solução para a nova rede dos SMTUC,  ao não contemplarem qualquer referência a este item, que bem poderia integrar o novo tarifário, prevendo a adaptação do transporte de bicicletas,  parecem não simpatizar muito com meios de transporte saudáveis e amigos do ambiente. 
Os estudos, para além da competência académica e experiência do ramo, deverão também conter a subtileza da observação de novos modos de vida citadina e caminhos para a modernidade, que no presente caso, salvo melhor opinião, não contemplam. Continua a verificar-se uma completa ausência de pragmatismo e imaginação. A um trabalho desta dimensão exige-se muito mais, sobretudo que não seja feito apressadamente, quiçá a pensar em eleições autárquicas, como parece acontecer.
Veja-se apenas o exemplo de San Sebastian que incluiu as vias cicláveis no âmbito do programa Civitas. Apetece dizer que mais parecemos burgueses novos ricos na utilização intensiva da viatura automóvel.



E não me venham com a história de que Coimbra é uma cidade que não permite a circulação de bicicletas, porque a esse digo, sem rodeios, que no mínimo andam distraídos, para não dizer algo mais desagradável. Na vizinha Espanha e por essa Europa fora, abundam bons exemplos de mobilidade urbana, em que a utilização da bicicleta, em complemento ao transporte público urbano, é um sucesso. Para citar uma cidade onde os desníveis são igualmente acentuados, como em Coimbra, temos o exemplo de Estugarda, que demonstra que a sustentabilidade da bicicleta não é apenas para cidades como Aveiro ou Figueira da Foz. Em Coimbra há imensa gente que quer andar de bicicleta e não pode! É uma garantia que transmito, fruto de inquérito efectuado voluntariamente, não oficial, mas nem por isso menos revelador. Vejam-se as concentrações em Coimbra, bem como noutras cidades do país, promovidas e divulgadas pelo Massa Crítica - Portugal e Coimbr'a'Pedal. 

1 comentário:

Unknown disse...

Este fim de semana "explorei" a ponte pedonal situada debaixo da ponte St Isabel. Porque é que nunca foi oficialmente inaugurada? porque continua "escondida"? Uma alternativa excelente ( ao abandono )para ligar as duas margens!

José Trindade